terça-feira, 21 de setembro de 2010

Que seja lido como resposta a um e-mail.



Sim,

Recebemos um convite para participarmos do I Congresso Internacional TEXTO-IMAGEM durante um processo de montagem, no momento em que tentávamos formular uma pergunta para nós mesmos, enquanto tentávamos verbalizar, por mais contraditório que isso possa parecer, uma inquietação artística que se prolonga faz alguns anos, no momento em que trabalhávamos com jovens aqui de Guarulhos. Estávamos em um território chamado VISIBILIDADE, uma das seis propostas para o próximo milênio de Ítalo Calvino.

“Se incluí a Visibilidade em minha lista de valores a preservar foi para advertir que estamos correndo o perigo de perder uma faculdade humana fundamental: a capacidade de pôr em foco visões de olhos fechados, de fazer brotar cores e formas de um alinhamento de caracteres alfabéticos negros sobre uma página branca, de pensar por imagens. Penso numa possível pedagogia da imaginação que nos habitue a controlar a própria visão interior sem sufocá-la e sem, por outro lado, deixá-la cair num confuso e passageiro fantasiar, mas permitindo que as imagens se cristalizem numa forma bem definida, memorável, autosuficiente, “icástica”.”

O que muito falávamos era a obra de Calvino não como texto a ser transposto da linguagem literária para a cênica, mas como poética de um teatro inspirado na imagem e, da formação dessa imagem a partir do gesto do ator. Eis a inquietação ao que nos parece perpétua!

Posto isso, que essas “instalações” sejam como materialidades parciais, não tanto do processo de montagem, e sim como pontos precisos da construção de nosso conhecimento.

Cia. Teatro dos Orelhas e Grupo Teatro da Chuva

Um comentário:

Bruno Bennedetti disse...

A foto da Praça é simplesmente fantástica.
Parece uma obra cinematográfica.

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